02 novembro, 2006

Concerto de Aranjuez

Copo de vinho ao lado e de z minutos de auto-expressão. Fico me perguntando o que leva a todos a colocarem em um papel - ou nesse caso, em uma tela - palavras que denunciam sentimentos, pensamentos, delineamentos, devaneios. Por tal, desatino é isso. Uma música e a expressão daquilo que vier à tona. Mascarás? Não se preocupem. Estas sempre existirão... Estamos acostumados a vivenciar a doce superficialiade do ser humano a todos os momentos. Somos seres complexos e superficiais. Antítese delineadora de todo um pensamento filosófico que não se perde, transcorre na história do homem. Ainda sou uma pessoa que acredita naquilo que de puro existe. Puro entremeado do lamaçal, já que para evocar o lado mais sublime temos que ter a expressão contrária. De que adiantaria, se nem por um dia, fossemos o pior de todos os seres? Gosto de me sentir sujo pois na comparação vejo no cotidiano o quanto sou puro. Manter-se tranquilo, centrado, apaixonado não é para qualquer um. Dizem que temos escolhas, mas cada vez mais escolher é algo que menos se sabe. É! Pessoas gostam de contatos, pessoas gostam de se sentirem admiradas, valorizadas. Ou não! Venho de um dia todo em casa. Um dia extraordinário pelo seu próprio significado. Não é sempre que lembramos das ausências e o feriado de finados foi feito pra isso. A chuva é uma doce presença praquelas flores que foram arrancadas de seu habitat para serem desperdiçadas em cima de pedaços de pedras, de restos. Deve ser por isso que finados está aí... pra chover. Não. Pode ser que tudo que fale seja apenas uma grande perda de tempo. Sei que enquanto me centro (sim, escrever devaneios é uma aproximação do seu próprio ser), muitos tentam me distanciar daquilo que sou, sinto, vivo. Por que isso acontece? Vejamos, todos temos planos, programamos. Ou pelo menos quase todos. Não sei se invejo aqueles que deixam se levar ou se valorizo quem sabe onde vai. Engraçado saber que já vou acabar. Logo...